24 de abril de 2024

A velha política ainda faz do Brasil um grande balcão de negócios

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Por mais desalentos que adjetivem o cenário político do País, a cada disputa eleitoral, o cidadão, ainda que minimamente, carrega através do voto, a expectativa de desenhar novos rumos, seja no âmbito que for. Porém, mudam os nomes, alternam-se as legendas, mas o enredo continua sob a mesma batida cadenciada da troca de favores e dos arroubos sobre os bens públicos.

Integrantes das Casas Legislativas e representantes do Poder Executivo não se eximem, em sua maioria, em contradizer as suas promessas, justificando através de argumentos incipientes atos explícitos que beneficiam tão somente suas castas, excluindo de forma sumária as demandas da população que os elegeu.

Hoje, temos a gestão do presidente Jair Bolsonaro que, mais uma vez, ratifica essas premissas intrínsecas ao mecanismo ainda imutável da disputa pelo poder, a exemplo de tantos outros governos, abandonando princípios defendidos durante a campanha eleitoral, para definitivamente abraçar ações e projetos antagônicos em relação aos discursos vendidos.

O mandatário, em uma clara tentativa de busca por blindagem pessoal, literalmente comprou adversários, elegeu seus indicados para a Câmara e para o Senado, à custa de milhões de reais em recursos públicos. Negociou cargos, mexeu em seu tabuleiro de peças até então marcadas, mergulhando na dependência do apoio de parlamentares com apetites vorazes.

Aos poucos, estruturas se corrompem e esvaziam, a cada negociação, o poder do Planalto, fragmentando a esperança em relação às mudanças. Apesar de o histórico do atual presidente, quando ainda dormitava no Legislativo, sugerir desde o início questionamentos sobre o seu futuro como governante, alguns milhares de eleitores ainda apostaram as suas míseras e escassas fichas. E não demorou para chegarem as faturas, cobrando valores altíssimos pela escolha nada acertada.

Hoje, Bolsonaro ratifica a cada dia que nada agregará ao futuro do país. Pelo contrário, suas ações até o momento só contribuíram para engatar a ré na carroça quebrada. Sem pudor, os brasileiros assistem impávidos à continuidade de tudo o que já foi escrito. O balcão de trocas permanece ativo, com o cidadão-contribuinte, de barriga vazia, financiando os que por ele foram eleitos, deixando cada vez mais presente a maquiagem borrada da velha política, criticada, mas sempre presente.

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